Mudar-se para um novo país já não é fácil. Ainda mais difícil é tomar a decisão de deixar tudo o que se conhece e sabe como funciona quando se tem algum problema de saúde, como problema de saúde mental, que exige medicamentos de uso contínuo e acompanhamento médico.

Esse é o caso de quem necessita acompanhamento psiquiátrico e remédios para sua condição e é sobre isso que falaremos aqui.

Na Itália, cada cidade possui seu centro ou centros de saúde mental (Centro di Salute Mentale). Se uma cidade não possuir, o paciente é encaminhado ao centro da cidade mais próxima.

Para marcar uma consulta, deve-se primeiro passar com o medico di base, que é o médico geral que a pessoa escolheu quando se cadastrou no Sistema Sanitario ou ASL.

Durante a consulta, você deve pedir um encaminhamento para o psiquiatra. Possuir uma carta recomendação do psiquiatra que se frequentava no Brasil ajuda as coisas. Assim, o médico poderá entender melhor do que a pessoa sofre e saber a medicação da qual ela já faz uso.

Passo a passo

O medico di base fornecerá uma receita ou ticket de encaminhamento. Assim, o paciente poderá telefonar para o centro de saúde mental e marcar uma consulta.

Marcada a consulta, deve-se comparecer ao centro para primeiro fazer uma pré-consulta.

Nela, um médico fará um perfil do paciente, perguntando sobre aspectos da vida da pessoa, sintomas, históricos de doenças psiquiátricas e o que achar necessário.

Depois disso será marcada a consulta com o psiquiatra, mas antes de comparecer novamente ao centro, deve-se pagar o ticket, ou receita com a recomendação que o medico di base forneceu.

No dia da consulta deve-se comparecer ao centro levando o ticket, o comprovante de pagamento e a carteirinha de saúde (Tessera Sanitaria).

O psiquiatra dará um relatório ao paciente com o que ele escreveu sobre a pessoa durante a consulta. Esse deverá ser entregue ao medico di base, pois é ele que fornecerá a receita para a compra dos medicamentos (em alguns casos o psiquiatra também poderá fazer a receita).

A receita branca, ou ricetta bianca, que é uma folha branca impressa com os dados do paciente, códigos de barra, nome e quantidade do medicamento; e a receita vermelha, ou ricetta rossa, que é um formulário com letras vermelhas, também impresso como o anterior, permitem que o paciente vá à farmácia e compre o que foi prescrito pagando apenas o valor simbólico do ticket e não o medicamento em si.


Dicas

– Leve para a Itália os medicamentos que você usa em uma quantidade que seja suficiente para alguns meses; ou pelo tempo que julgue necessário até se acertar e conseguir um novo psiquiatra lá;

– Procure levar uma carta de recomendação de seu psiquiatra brasileiro, explicando sua condição e os medicamentos dos quais faz uso. Se for em inglês é até melhor, mesmo que o médico italiano não fale o idioma, muitos têm alguma noção do idioma;

– Ao viajar com os medicamentos, coloque-os na bagagem de mão (para evitar que sejam extraviados), conserve-os na embalagem (se possível) e tenha sempre junto a receita médica;

– Caso não fale um italiano “super-bom”, leve um papel, ou mesmo seu celular com um “textinho” traduzido no tradutor online com o que gostaria de falar durante a consulta;

– Se sentir que precisa de terapia, os centros costumam oferecer esse tipo de tratamento. Fale com o(a) psiquiatra e ele(a) indicará e encaminhará o que julgar ser melhor para você.


Obs.: Alguns aspectos e procedimentos podem mudar de cidade para cidade.

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