Supermercados e mercados italianos oferecem produtos comuns em todos os cantos do mundo, mas também oferecem produtos bem peculiares.
Os supermercados são uma boa maneira se ter uma noção dos hábitos de consumo de uma sociedade.
Os produtos ali vendidos são escolhidos pelos lojistas de maneira a atender os gostos e necessidades daqueles clientes.
Por isso, dando uma olhada nos supermercados e mercados italianos, podemos descobrir mais sobre seus gostos alimentares e necessidades domésticas.
Enquanto um estrangeiro no Brasil pode ficar intrigado com a variedade de frutas, para eles, exóticas, como graviola, cacau, goiaba, caju e maracujá; nós brasileiros também podemos ficar intrigados com certas coisas encontradas nos mercados italianos e consumidas/usadas por eles.
Então prepare-se para certas comidas e produtos esquisitos que você pode se deparar durante uma voltinha em um mercado italiano.
Carne de cavalo
Não, não é carne de cavalo se vende falsamente como carne bovina, mas carne de equino mesmo.
Enquanto na sociedade brasileira é um tabu consumir carne de pocotó, na Itália ela é considerada apenas mais uma carne.
Além de ser encontrada em filés e outros cortes, a carne equina também é usada para fazer embutidos e até papinha de bebê!
Antes que você pense que os italianos são uns brutos por consumir esses bichinhos, saiba que o Brasil é um grande exportador de carne de cavalo, ela só não é consumida no país porque nossa sociedade rejeita esse tipo de proteína.
Coelho
Tão polêmico, ou mais, que a carne de cavalo, os pobres coelhinhos “enfeitam” as vitrines dos açougues, supermercados e mercados italianos.
Vendida tanto em pedaços, quanto o animal inteiro sem pele e vísceras (e também em papinhas de bebê), a carne de coelho não é rara de se encontrar, sendo por vezes, mais barata que a de frango.
Na região da Ligúria, essa carne é muito abundante, mesmo porque um dos pratos típicos (e um dos mais famosos) da região, o Coniglio alla Ligure leva o bichinho como ingrediente principal.
Escargot
Escargot não é algo que a gente nunca tenha ouvido falar, mas nem todo mundo já teve a “oportunidade” de ver ao vivo um caracol comestível.
A França leva a fama por ser comedora de caracóis, mas eles são servidos em restaurantes finos de todo o mundo e são, inclusive, encontrados até em meros supermercados comuns italianos.
Vende-se escargot tanto em geladeiras especiais, junto a frutos do mar a granel, quanto congelados em embalagens industrializadas.
Ficou curioso, ficou com vontade? Então aproveite para experimentar a iguaria na sua próxima visita à Itália!
Chinotto
Refrigerantes e bebidas industrializadas são vendidas em todo o mundo. Sabores como limão, laranja e cola encontra-se em todos os lugares, mas cada país tem seus gostos particulares.
O Brasil tem seus refrigerantes próprios, como o patrimônio nacional guaraná, tubaínas e sabores menos conhecidos como o mate-couro.
A Itália também tem seus sabores próprios, como o chinotto.
Chinotto é uma laranjinha muito amarga, que é ingrediente de diversas bebidas refrescantes e refrigerantes encontrados em supermercados italianos.
A bebida tem uma cor escura, podendo enganar os mais desavisados achando que se trata de um refrigerante de cola.
Pode-se encontrar o refrigerante em versões de diferentes marcas, desde a marcas de supermercado à versão da famosa Sanpellegrino.
Licores e geleias também podem ter a tal da laranjinha como ingrediente.
Só um aviso, quem não está acostumado ou não curte um sabor amargo, daqueles de fazer careta, ainda mais misturado com o doce das bebidas, passe longe!
Banana Cavendish
No Brasil pode-se encontrar uma variedade incrível de bananas. É banana ouro, prata, nanica, maçã, pacovã, da terra…um sem fim de banana!
Já na Europa, em geral, se encontra apenas um tipo de banana, a Cavendish.
A fruta é importada de outros países mais quentes e propícios para o cultivo e a variedade que tomou conta dos mercados europeus foi essa.
Se você perguntar a um italiano sobre qual seu tipo de banana favorita, ele pode ficar confuso, pois por aqui não se sabe que existe mais de um.
Tira calcário
Um produto de essencial importância nas casas europeias é o tira calcário. Mas por que tirar calcário? De onde esse calcário vem? Por que eu passei minha vida inteira sem me preocupar com isso? É grave? Ai meu pai!
Calma, vamos explicar.
O solo da Europa, como um todo, é rico em um mineral que se chama calcário. Ele não faz mal a saúde e, inclusive, pode-se tomar água da torneira, em muitos lugares.
A água, quando passa por esse solo, “carrega” calcário com ela e passa a ficar rica no mineral. Assim, essa água é chamada de “água dura”.
Apesar de não fazer mal à saúde, o calcário faz mal aos eletrodomésticos e encanamentos das casas.
Ele vai se acumulando e prejudicando o funcionamento dos aparelhos e por isso as dezenas de centenas de milhares de produtos para eliminar o bendito mineral.
Inclusive, ele pode se acumular no seu cabelo e deixá-lo pesado, com uma textura estranha e sem vida. Recomenda-se fazer uma máscara com um pouco de vinagre de maçã e creme de cabelos umas duas vezes por mês para remediar o problema!
Liquirizia
Você pode já ter ouvido de alcaçuz, mas já viu um?
Utiliza-se o extrato dessa planta como sabor de balas, doces e licores, mas na Itália, assim como em outros países europeus, as pessoas têm o costume de mastigar suas raízes.
A raiz do alcaçuz é cortada em pedaços (parecidos a mini-tronquinhos de madeira) de, mais ou menos, 5cm e vendida e pacotinhos para que as pessoas possam saborear a planta de gosto adocicado e semelhante ao anis.
Se você vir alguém com uma miniatura de tronco de madeira no canto da boca, não se assuste, é apenas um alcaçuz!
