Todo mundo já ouviu falar sobre a infame máfia italiana. Ela está presente no cinema, é tema de livros e é motivo de medo mundialmente, pois não atua apenas na Itália. Mas você sabia que a máfia italiana não é apenas uma única organização criminosa?

Existem três grandes “máfias” na Itália, são elas: a Cosa Nostra (ou Máfia) que atua e tem “sede” na Sicília, a ‘Ndragheta originária da Calábria e a Camorra, organização criminosa da Campânia (“máfia napolitana”).

Essas três organizações metem medo na população italiana não apenas em seus estados de origem, elas atuam em todo o território nacional e no exterior. A máfia italiana está presente nos mais diversos países.

Hoje em dia elas não são mais tão temidas como antigamente, pois o governo italiano atuou (e ainda atua) fortemente no combate ao crime organizado. Porém é inegável a presença delas.

Além da Cosa Nostra, da ‘Ndragheta e da Camorra atuarem no mesmo “ramo”, ou seja, o crime organizado, a semelhança entre elas não pára por aí. 

Todas seguem um conjunto de “leis” que priorizam a lealdade entre os membros, um forte respeito pela família e valores religiosos cristãos (valores questionáveis, já que nenhuma religião prega o crime!). 

Até a origem das três máfias se funde na lenda de Osso, Mastrosso e Carcagnosso. Essa lenda conta de forma “romantizada” como se formaram as três organizações, tendo elas uma origem comum. Conheça a seguir aqui essa história!

Homens de “honra”

A lenda de Osso, Mastrosso e Carcagnosso começa em Toledo, Espanha, cidade sede de uma organização chamada La Garduña, fundada em 1412. 

Essa organização (ou sociedade) agia de acordo com um modelo de comportamento específico. Comportamento esse muito semelhante às regras de honra, código de ética específico e forte vínculo com a religiosidade vistos em associações criminosas. 

Entre os membros da La Garduña estavam os irmãos Osso, Mastrosso e Carcagnosso, que há anos praticavam crimes com total impunidade e tinham a cumplicidade de governantes, juízes, administradores e religiosos da região. 

Um dia, um homem protegido do rei da Espanha ofendeu a honra da irmã dos três criminosos. Os três irmãos decidiram, então, se vingar da grave ofensa, lavando a honra da irmã com o sangue de quem a desonrou. 

Até então, os irmãos cometiam crimes impunemente, mas dessa vez tinham mexido com um protegido do rei e essa delinquência não sairia impune.

Os criminosos foram condenados pela morte do homem e, assim, foram sentenciados a cumprir pena em uma prisão na fortaleza de Santa Caterina, ilha de Favignana, Sicília.

O nascimento do mal

Os irmãos ficaram presos em uma cela pequena e escura. Todavia, ao invés de desanimarem, usaram seu tempo para estabelecer as regras de uma nova sociedade.

Eles fizeram o sinal da cruz jurando e se consagrando um a Jesus Cristo, que do céu cria e desfaz; o outro a São Miguel Arcanjo, que com a espada na mão e a balança julga o que é justo e o que é injusto; e o terceiro a São Pedro, que detém as chaves do céu, que abrem todas as portas. 

Eles escreveram códigos, fórmulas secretas, regras, ritos de admissão e afiliação, símbolos esotéricos, palavras-chave, manuais inteiros de regras e disciplinas da sociedade que estavam formando. As leis de sangue e guerra criadas pelos irmãos ditariam o comportamento de novos seguidores que se juntassem à organização e elas proporcionariam o seu crescimento e prosperidade.

A ilha siciliana foi o lar dos três homens por 29 anos, 11 meses e 29 dias. Quando finalmente a pena foi cumprida, Osso, Mastrosso e Carcagnosso se abraçaram jurando um ao outro um vínculo sagrado de família, fé, respeito mútuo e fidelidade. 

Tendo conquistado a liberdade, cada irmão seguiu seu caminho. Osso decidiu ficar na Sicília e fundou a Cosa Nostra (organização criminosa siciliana, ela é a primeira organização chamada de máfia, algo como a “máfia original”); Mastrosso, cruzou o Estreito de Messina, se estabeleceu na Calábria e fundou a temida ‘Ndragheta (temida “máfia” calabresa); já Carcagnosso foi mais longe e fincou raízes na região da Campânia onde deu vida às estruturas criminosas primordiais da Camorra.

Gostou? Então compartilhe nas redes sociais!