A imigração italiana ocorrida no final de 1800 e início de 1900 mudou a história da Itália e dos países para onde os italianos imigraram. Conheça como foi a triste partida.

Mudar nunca é fácil. Mudar de cidade ou de estado já é como se a vida tivesse virado do avesso.

Agora se imagine mudando de país, de continente, com toda a sua família (ou sozinho(a)), com pouquíssimo dinheiro no bolso, sem conhecer o lugar e não conhecer ninguém lá.

Essa situação parece desesperadora e certamente a maioria dos imigrantes italianos que chegaram no Brasil sentiam o mesmo.

Afinal, vamos conhecer um pouco do que esses imigrantes passaram.

Os motivos

A Itália tinha sido recém unificada (1861), mas isso não tinha trazido muitas alegrias para o povo. A falta de empregos e terras para trabalharem tinha deixado muitas famílias na miséria e a fome era um problema sério entre eles.

Com o aval do governo italiano, que não tinha condições de ajudar o seu próprio povo, e o incentivo de países na América que precisavam de mão de obra, os italianos começaram a imigrar em busca de terras, empregos e uma vida melhor.

Contudo, nada foi fácil, desde o começo.

Chegada dos imigrantes ao Porto de Gênova

Mural em homenagem aos emigrantes, Porto de Gênova

O porto de Gênova foi de onde partiu a maioria dos emigrantes, vindos de toda a parte do país, mas especialmente do norte.


Leia aqui nosso artigo sobre Gênova!


Esses emigrantes viajavam debaixo de sol, de chuva ou de neve, percorriam longas distâncias tendo como transporte uma carroça, um cavalo ou até mesmo a pé!

Quando chegavam, cansados, alguns dormiam em hospedarias, mas a maioria mesmo dormia nas ruas do porto de Gênova.

Mulheres grávidas, crianças desacompanhadas, assim como idosos, homens e bebês disputavam um pedaço do chão do porto para descansar e esperar até a hora do embarque.

Eles carregavam consigo o pouco que tinham: sacos de grãos, um pouco de comida e algumas recordações da jovem pátria que iam deixar para trás.

Algumas dessas pessoas já tinham passagem comprada pelas agências de imigração italiana que as tinham contratado, outras estavam indo com a cara e a coragem, apenas buscando uma vida melhor.

Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os imigrantes tinham o mesmo nível social.

A viagem de navio dos imigrantes

Apesar de todos terem o mesmo objetivo de “fazer a América”, havia algumas diferenças e isso se pode ver pelas classes dos navios. Eles possuíam primeira, segunda e terceira classe.

Primeira, segunda e terceira classe

Na primeira classe viajava uma pequena burguesia que tinha interesse em investir no Brasil.

Já na segunda classe ia a “classe média”, que eram trabalhadores qualificados e operários.

Na terceira classe, no porão, ia a maioria esmagadora dos imigrantes: camponeses, trabalhadores braçais e sem instrução em busca de terras e trabalho.

A viagem não era nada fácil, no início da emigração italiana em massa, eles viajavam em barcos à vela e a viagem durava por volta de 40 dias. Posteriormente, a viagem passou a ser feita em barcos à vapor, mas que ainda levava cerca de 20 dias.

Nos porões do navio, a terceira classe passava o tempo como podia. Cantavam e dançavam, assim como contavam histórias sobre monstros marinhos.

Alguns contavam como a vida ia ser boa dali por diante, que teriam suas terras, prosperariam e levariam o resto da família, outros falavam dos animais ferozes e das pessoas estranhas que encontrariam.

A luta seguia

Havia também muitas coisas ruins nessas viagens.

Brigas, roubos, doenças e mortes eram constantes e nem todo mundo chegava ao destino.

Os que faleciam nos navios eram jogos ao mar, já que não havia estrutura para conservar os corpos e enterrá-los em terra firme. Eles eram jogos ali mesmo, no meio do oceano.

Quando chegavam a tão sonhada terra prometida, Brasil, o pesadelo da viagem de navio tinha acabado, mas outras dificuldades ainda esperavam por eles.


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Sempre que pensamos que nossos antepassados vieram de um outro lugar (seja de onde for), não paramos para pensar em toda a jornada que fizeram.

É sempre bom saber da história para valorizar o que conquistaram e o legado que deixaram.

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