Depois dos meses difíceis do começo no ano, os italianos tinham reconquistado a sua vida e as suas liberdades no verão e a ameaça do Coronavírus parecia cada vez mais distante.

Porém, logo se percebia que a esperança e a alegria não passavam de uma mera ilusão e que iam novamente ceder espaço à árdua luta contra a Covid-19 e o coronavírus dentro de pouco tempo.

Após uma subida exponencial nos números de infectados em outubro e no começo de novembro, o governo italiano resolveu implementar medidas mais drásticas. 

Assim, espera-se poder conter o avanço do vírus e inverter a tendência de subida do passado recente.

O fator mais preocupante é o número crescente das pessoas internadas nos hospitais italianos. Os leitos disponíveis nas UTIs estão diminuindo rapidamente e assim se aumenta o temor de um colapso do sistema de saúde.

O pavor de um novo lockdown nacional

Além da questão de saúde, também tem a questão econômica.

Enquanto a maioria dos italianos seguia as regras estabelecidas durante a primeira onda da Covid-19 e do coronavírus, muitos se encontram agora em situações financeiras difíceis e o clamor por maiores auxílios financeiros do Estado aumenta. 

Especialmente aqueles dos setores mais afetados, tais como do setor de turismo, um dos mais importantes do país, veem a sua existência novamente ameaçada. Isso, para quem conseguiu sobreviver aos impactos da primeira onda. 

Pois as contas se acumularam pelas dezenas de milhares de pessoas que perderam o seu negócio ou o seu emprego ao longo do ano e todas estão à espera de um futuro melhor. Agora temem que a atividade econômica do país sofrerá novamente uma parada.

O pavor de um novo lockdown nacional, porém, (ainda) não se concretizou.

Enquanto algumas regiões estão voltando ao confinamento, outras continuam com a vida cotidiana sem grandes restrições.

Para enfrentar a crise e evitar consequências ainda piores para os seus cidadãos, o governo italiano decidiu ‘fatiar’ o país em três zonas – amarela, laranja e vermelha.

Assim, espera-se conseguir o controle sobre a pandemia dentro do país, evitando o colapso do sistema de saúde e sem penalizar a economia nacional mais do que necessário.

Enquanto algumas medidas foram adotadas para toda a nação, como o toque de recolher entre as 22 hs e as 5 hs, cada zona apresenta as suas próprias regras. 

Vejamos nos próximos parágrafos a divisão destas três zonas.

A separacão em três zonas

Zona gialla (zona amarela)

As medidas implementadas na zona gialla valem do dia 6 de novembro até o dia 3 de dezembro.

As regiões que compõem a zona gialla são aquelas nas quais o contágio pelo coronavírus ainda está o mais longe do nível máximo de alerta estabelecido pelo governo italiano. Assim, as medidas adotadas nestas partes da Itália são as mais brandas.

As regiões que fazem parte da zona gialla são:

Abruzzo, Basilicata, Campania, Emilia-Romagna, Friuli-Venezia Giulia, Lazio, Liguria, Marche, Molise, Provincia di Trento e Provincia di Bolzano, Sardegna, Toscana, Umbria, Veneto

Durante as 5 da manhã e as 22 horas, os habitantes podem se locomover sem restrições. Além das lojas e do comércio em geral, bares e restaurantes também continuam abertos, mas fecham as suas portas às 18 horas. Somente nos finais de semana os centros comerciais estarão fechados para evitar grandes aglomerações. 

Zona arancione (zona laranja)

A zona arancione compõem aquelas regiões, nas quais o vírus já chegou a um nível preocupante, mas ainda não a um nível crítico.

As regiões que fazem parte da zona arancione são: Puglia e Sicília.

As medidas implementadas valem por 15 dias a partir de 6 de novembro 2020. 

Durante esse tempo, os habitantes estão confinados às suas regiões. A entrada e a saída da região são somente permitidas por motivos válidos, tais como trabalho ou saúde. 

Porém, os habitantes podem se locomover dentro do território sem restrições. 

Ao contrário da zona gialla, quaisquer estabelecimentos gastronômicos permanecem fechados durante este período.

Zona rossa (zona vermelha)

A zona rossa é aquela com a alerta máxima. Aqui, o estado atual é crítico e medidas mais drásticas são necessárias para controlar a situação. 

As regiões que fazem parte da zona rossa são: Lombardia, Piemonte, Calabria e Valle d’Aosta.


Assim como na zona arancione, as medidas valem primeiramente por um período de quinze dias.

Os deslocamentos dentro desta região sofrem as mais severas restrições das três zonas. Além de ser proibida a entrada e saída da região, o habitante também não pode sair da sua comune (cidade), fora naqueles casos comprovados, tais como trabalho, saúde ou emergências.

Quase todo o comércio na zona rossa está fechado, fora alguns serviços considerados essenciais, como supermercados ou cabeleireiros.

Muitos italianos concordam com essas medidas, mas muitos também não estão de acordo. Assim, as medidas se tornaram um assunto polêmico desde que foram anunciadas pelo primeiro ministro Giuseppe Conte.

Os próximas dias e as próximas semanas mostrarão a eficácia das medidas. O fator mais importante para um resultado positivo é a colaboração contínua da população italiana contra o coronavírus. 

Torcemos para que a situação melhore logo, não somente na Itália, mas no mundo inteiro e que a sociedade humana possa recuperar um pouco da sua normalidade.

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